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O poder suave do Brasil está voltando, enquanto
Israel e Rússia destroem o próprio soft power!

Cena de 'Cangaço Novo', superprodução brasileira da Prime Video: poder suave audiovisual brasileiro

Conhecer os mecanismos de consolidação do poder da arte e do entretenimento no mercado internacional. Este é o objetivo do curso ‘Soft Power Cultural – o poder da arte e do entretenimento no mundo‘. Ministrado por Franthiesco Ballerini, doutor em processos socioculturais e autor do livro ‘Poder Suave – Soft Power’, primeira publicação do mundo dedicada exclusivamente a investigar as grandes manifestações de poder suave no mundo, e indicada ao 60º Prêmio Jabuti na categoria Economia Criativa. Nesta entrevista, Franthiesco Ballerini conta a importância de se conhecer os meandros do poder para quem quer atuar na área.

Por que estudar o soft power cultural?
A cada nova guerra que explode no mundo, fico convencido de que o hard power (poder duro) é incapaz de resolver qualquer problema entre nações. Ao contrário, ele tende a piorar. A cultura se tornou uma arma sedutora de convencer outros povos a adorarem nossos ideais e, por consequência, nossos produtos culturais, sem o uso de armas, sanções ou invasões.

Você tem algum exemplo atual?
Israel investe pesadamente em poder suave cultural, com séries e filmes de grande qualidade técnica e narrativa que seduzem o mundo. Mas todo esse investimento está sendo prejudicado pela reação do governo israelense aos ataques do Hamas. Ainda que o país tenha direito de se defender de ações de um grupo extremista, hoje até mesmo seus maiores aliados, como os Estados Unidos, condenam o uso do poder duro de forma tão brutal sobre civis palestinos da forma como tem ocorrido.

E no caso da Rússia e da Ucrânia?
A Ucrânia não possui poder suave cultural, ou seja, manifestações culturais de poder internacional. O país ficou à sombra da cortina soviética durante muito tempo, produziu obras cinematográficas importantes, mas não fortes o suficientes para lançar a cultura ucraniana no mundo. Já a Rússia possui o balé, cujo poder suave está resistindo à autocracia invasiva e violenta de Vladmir Putin. Mas não há dúvidas de que é o balé russo o responsável por suavizar e seduzir o mundo pela cultura do país.

E o Brasil, como tem trabalhado o poder suave cultural?
A recém mudança de governo federal deve retomar os incentivos à produção audiovisual, notadamente filmes e séries de TV, algo fundamental, porque é pelo audiovisual que se passa as mais potentes manifestações de poder suave no mundo hoje. O Brasil possui três grandes poderes suaves culturais. O carnaval brasileiro segue sendo a maior festa do mundo, seduzindo culturas muito diferentes, que associam o carnaval a liberdade, felicidade etc. A bossa nova continua sendo o ritmo brasileiro mais regravado do mundo, com artistas faturando alto da África do Sul até o Japão. Já a telenovela é um poder em crise, especialmente por conta do formato, com a nova geração, acostumada a vídeos curtos, não ter paciência para “casamentos” com uma só obra durante quase oito meses. Há exceções, como foi o caso do remake de ‘Pantanal’, mas a telenovela ainda tem grande força na construção da imagem do Brasil lá fora.

Qual é a importância deste curso para quem trabalha com arte e entretenimento?
Entender os meandros de consolidação do poder de um produto cultural é fundamental, especialmente para quem quer trilhar um caminho sólido, lucrativo e internacional dentro de arte e entretenimento. As produções inseridas em sistemas de soft power não são construídas de forma inocente. Elas possuem técnicas, estilos narrativos e construções audiovisuais que já consolidaram forte presença no imaginário de uma imensa população do mundo. E isso é poder!

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