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A fascinante história do cinema
da Espanha e de Portugal!

Cena do filme 'Tudo sobre minha mãe' (1999), do diretor espanhol Pedro Almodóvar

Um cinema fascinante e que possui uma conexão profunda conosco, latino-americanos. É assim que o cinema de Portugal e Espanha é definido por Franthiesco Ballerini, doutor em processos socioculturais e autor do livro ‘História do Cinema Mundial‘, um dos mais vendidos da área no Brasil e referência nas escolas de cinema do país. Nesta entrevista, Franthiesco Ballerini conta as curiosidades e peculiaridades da cinematografia destes dois países e um pouco do curso de História do Cinema: Espanha e Portugal da Ethos Comunicação & Arte.

Como você define o cinema produzido historicamente pela Espanha?
A Espanha ficou muito tempo sem liberdade criativa, debaixo da censura do ditador Francisco Franco. E isso logo depois de abrigar cineastas como Luís Buñuel, que, ao lado de Salvador Dalí, deram ao mundo obras-primas surrealistas, como ‘O Cão Andaluz’ (1929). O próprio Buñuel vai dar as costas ao país e filmar no México.

E quando a Espanha volta a ter um respiro criativo no cinema?
Com o fim da ditadura, nomes espetaculares foram surgindo, com destaque para Pedro Almodóvar, sem dúvida o maior diretor espanhol da história do cinema. Seu estilo melodramático, o uso do vermelho como a cor que pontua visualmente todas as cenas, e a forma como trabalha com temáticas internacionais, utilizando seu país como cenário, é um deleite para o espectador. Meus filmes preferidos dele são ‘Mulheres à beira de um ataque de nervos’ (1988), uma comédia exagerada deliciosa, e ‘Tudo sobre minha mãe’ (1999), cuja cena da morte do garoto é uma das cenas melodramáticas mais bem filmadas da história.

Que outros diretores e filmes você recomenda da Espanha?
O basco Julio Medem trabalhou com cinema fantástico em filmes como ‘Vacas’ (1992) e ‘Tierra’ (1996). Temos também a talentosa diretora Isabel Coixet, que fez filmes lindíssimos como ‘Minha vida sem mim’ (2003), produzido por Almodóvar. E temos Agustín Díaz Yanes, de ‘Ninguém falará de nós quando estivermos mortos’ (1995), drama sobre alcoolismo com forte influência de Almodóvar.

E Portugal, como você analisa o cinema do país?
Portugal produziu obras marcantes, com ótimas adaptações de seus escritores, como o filme ‘O crime do padre amaro'(2005), baseado na obra de Eça de Queiroz. O país também é notório por seus documentários, inclusive por misturar linguagens da ficção com documentários, com importante papel do canal público RTP. Lá também brilharam muitos atores e atrizes brasileiros ao longo do século 20.

Quais são seus filmes e diretor preferido de Portugal?
Nenhum diretor português foi tão importante quando Manoel de Oliveira, que continuou fazendo filmes até seus 105 anos de vida. Dirigiu filmes debaixo da ditadura salazarista, e depois fez obras de grande vigor como ‘O convento’ (1995), ‘Viagem ao princípio do mundo’ (1997) e ‘O princípio da incerteza’ (2002), todos marcados pelo apuro visual e por uma constante reflexão sobre o próprio estilo narrador do cinema.

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