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Por que o cinema francês é um
dos mais poderosos do mundo?

A França está entre os quatro países com o cinema mais poderoso do planeta. E isso se deve à trajetória de sua história no século 20. É o que nos conta Franthiesco Ballerini, autor do livro ‘História do Cinema Mundial’ e professor do curso de História do Cinema Francês, da Ethos Comunicação & Arte. Nesta entrevista, Ballerini revela quais foram os momentos cruciais que colocou a França no olimpo da cinematografia mundial e o que ela ensinou ao mundo.
Qual a posição da França no mundo do cinema?
No século 20, há quatro países que indubitavelmente estão no topo da cinematografia mundial. Os Estados Unidos, pelo peso de sua indústria, de festivais como o Oscar e pela capacidade de fazer entretenimento e arte de grande apelo. A Itália, berço dos primeiros épicos, do maior movimento cinematográfico do mundo, o Neorrealismo Italiano, e por ter um apelo emocional a plateias até hoje. O Japão, por sua linguagem ímpar, muitas vezes contemplativa, pela força de sua tecnologia que une os diferentes meios artísticos. E a França certamente está nesta lista.
Quais as características do cinema francês que a colocam nesta seleta lista?
Quando o cinema ainda era um bebê, a França abrigou movimentos cinematográficos curtos, mas que tiveram enorme repercussão no mundo. O passageiro Impressionismo, com filmes como ‘A queda da casa de Usher’ (1928), o Dadaísmo, com a ousadia da quase abstração em ‘Entreato’ (1924), o Surrealismo, que nasceu de um manifesto francês e gerou obras com diretores espanhóis como ‘Um cão andaluz’ (1929), e o Realismo Poético Francês, com obras-primas como ‘A Regra do Jogo’ (1939), que satirizou a alienação dos super ricos às vésperas da Segunda Guerra Mundial.
Por que estes filmes colocaram a França no topo?
Porque são filmes que souberam, desde muito cedo, experimentar novas formas de narrar, enquadrar, iluminar, e se destoaram radicalmente do que estava sendo feito na nascente Hollywood, em que a técnica e as fórmulas ficavam cada vez mais imperativas. As vanguardas francesas propuseram um diálogo rico com as outras artes. Embora não tenham feito tanto público, foram estudadas até mesmo por diretores norte-americanos pela ousadia de se desprender de lógicas espaço-temporais, de belezas e encantamentos, e por trabalhar críticas de forma muito corajosas e originais.
E depois, o que a França entregou para o mundo?
Passada a ocupação nazista e uma espécie de ostracismo nos anos 1950, jovens críticos franceses, por meio de revistas como a Cahiers du Cinéma, criaram uma espécie de política dos autores que guiou o país para um novo e encantador movimento cinematográfico, a Nouvelle Vague. Diretores como François Truffaut, Alain Resnais, Jean-Luc Godard, Agnès Varda e Eric Rohmer abraçaram propostas muito pessoais e íntimas, formas de montar, de construir personagens e de compor as cenas que influenciou os cinemas autorais do mundo inteiro, inclusive o Brasil, onde acontecia o Cinema Novo.
Seu curso de História do Cinema Francês é pensado para que público?
Montamos um curso pensando em estudantes e profissionais de comunicação, artes, marketing, publicidade e mídias sociais para que possam entender um cinema riquíssimo tecnicamente, que foi criando novas formas de linguagem e propôs estéticas que certamente vão inspirar os estudantes a criar e pensar novas formas de se comunicar e fazer arte. É um curso com diversas reflexões e indicações de filmes, além de exercícios para apurar o olhar a cada nova aula.
O cinema francês ainda continua rico?
Muito! Diretores que trabalham na França há anos, como Michael Haneke, produzem obras-primas como ‘A fita branca’ (2009) e ‘Amor’ (2012). E Abdellatif Kechiche, com seu ‘Azul é a cor mais quente’ (2013). Isso sem falar do belíssimo ‘Intocáveis’ (2011), de Olivier Nakache e Éric Toledano. O cinema francês não para de encantar o mundo ano após ano.
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